quarta-feira, 27 de junho de 2018

Pare de desmarcar seus compromissos por causa dele



"Dos muitos erros que eu já cometi em relacionamentos, um dos que mais me marcou – e que eu mais repeti – foi desmarcar compromissos por causa de uma paixonite.

Perdi as contas das vezes em que pedi para uma amiga entender se eu não fosse ao nosso cineminha porque aquele cara me chamou para sair, ou em que eu simplesmente não marquei nada no fim-de-semana porque sabia que ele iria me chamar para qualquer programinha à toa.

Sei que é até feio assumir, mas é verdade. Por bastante tempo eu fui a pessoa que colocava os próprios compromissos em segundo plano por qualquer paixonite que abalasse esse meu coração libriano.

A verdade é quase todo o mundo já fez isso. 

Estar apaixonada é realmente uma delícia e é quase inevitável que nessas horas a gente fique um pouco monotemática. Ter vontade de estar sempre ao lado de quem se gosta é o mais natural dos sentimentos e é maravilhoso que a gente consiga desfrutar dessas oportunidades. 

Mas é justamente nesses lapsos de tolice que naturalmente acompanham qualquer paixão que nós muitas vezes cometemos o erro de deixar de lado a própria vida e priorizar a paixão, o tesão, ou – eu sei que é duro admitir – a ilusão.

Sei que ninguém aprende nada com os erros dos outros e que provavelmente eu estou escrevendo tudo isso em vão, mas se eu pudesse dar um conselho às apaixonadas de plantão, seria esse: curta a delícia de viver uma paixão, mas se ocupe. 

Faça seus próprios planos. Seja protagonista das suas risadas e da sua diversão.

Os casais mais felizes que eu conheço são aqueles formados por dois autossuficientes que definitivamente não dependem um do outro para serem felizes e terem momentos de alegria e satisfação. 

No fundo, as pessoas legais, altruístas e que realmente valem a pena sempre farão questão de se adaptar aos nossos compromissos e se alegrar com aquilo que nos faz feliz e não é só a paixão."

(Duda Costa)

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Às vezes é preciso ir para poder ficar


"Escrevi um adeus em um papel e o assinei. Não me alonguei como geralmente costumo fazer em sua presença. Preferi ser breve.

Finquei o escrito no portão da sua vida. Eu sei, não avisei quando cheguei, mas senti uma vontade incontrolável de anunciar que agora me vou.

Vou porque é tempo de ir. É tempo de seguir a minha natureza de partir. De guardar bonito o que vivemos. De guardar as memórias partilhadas, as histórias dedilhadas, os dias que nos acolheram em horas de longas conversas e admiração.

Preciso dizer que finquei o papel de forma displicente, e o fiz para que, com sorte, o vento o leve e o meu adeus fique no silêncio, se valendo apenas da tua percepção em sentir que já não estou mais.

O mundo anda rápido hoje. Pessoas muitas vezes são substituídas como a última coleção outono/inverno abrindo espaço para novos modelos primavera/verão. Pessoas são, comumente, liquidadas, bem baratinho, em algum saldão da vida.

Esse tipo de coisa entristece, esse tipo de comportamento desalinha o ânimo mais exultante. Espero, lá no fundo, que você reserve um lugar especial para mim em seu coração.

Os nossos discos, os nossos sonhos, os nossos segredos. Guarde-os carinhoso na estante dos teus mais bonitos sentimentos. Permita que um dia, ao acaso, eu possa lhe assaltar as memórias e voltar serena para junto de você. Permita que um dia eu possa me aninhar em seu corpo e afirmar que é muito bom ir, mas que é ainda melhor poder voltar.

Eu sei, é estranho, contudo, às vezes é preciso ir para poder ficar. É preciso ir para saber aqueles que são de verdade.

Então, se nada mudar, depois de um longo tempo de distância, se nada mudar depois que novamente nos tocarmos, eu saberei que sempre morei em você, que teu coração me abrigou carinhoso no tempo em que fiquei fora. Saberei que a gente vai ser pra sempre, mesmo que de vez em quando um dos dois resolva simplesmente ir."

(Vanelli Doratioto)

terça-feira, 19 de junho de 2018

Ainda bem.



"Tem escolhas que não dependem de nós, que contrariam nossos desejos e nos entristecem por um tempo, mas depois, olhando para trás, percebemos que foram essas histórias encerradas - mesmo contra nossa vontade - as peças fundamentais para nossa felicidade. Pois a mão de Deus é poderosa, e mesmo sem enxergar no momento, algumas coisas são um tremendo livramento.

Às vezes a gente fica tão focado naquilo que perdeu que acaba não dando chances para o que virá. Os livramentos acontecem silenciosamente, a todo instante, e mesmo sem compreender, é preciso confiar. Acreditar que algumas perdas não são prejuízos, e sim bênçãos disfarçadas.

A vida é constituída de muitas histórias, e alguns capítulos só serão escritos quando outros forem encerrados. Em vez de apenas lastimar suas perdas, comece a ter fé de que foram o gatilho necessário para uma felicidade mais palpável e duradoura. Assim como gavetas bagunçadas que precisam de espaço e faxina, a vida só vai adquirir ânimo novo se a gente permitir. Se a gente autorizar que nossas bagunças deem lugar a alegrias novas e coragens renovadas.

Preste atenção ao que você perdeu. Olhe com sensatez para aquele lugar vago e por um instante de lucidez comece a discernir se realmente foi uma perda ou um ganho. Se o espaço antes ocupado por aquela pessoa, situação ou sentimento pode agora ser preenchido por coisa melhor.

Tenha o bom senso de observar as lacunas que restaram, percebendo que finalmente está livre para uma história mais inteira e recíproca. Às vezes a gente imagina que é dono de um jardim, mas só é possuidor dos espinhos do jardim. Precisamos parar de aceitar a dor como algo que nos completa, e começar a desejar a beleza, o perfume e todo o bem que o jardim inteiro pode nos proporcionar.

Às vezes, não ser correspondido por alguém é um tremendo livramento. Dói ser rejeitado, dói ser preterido. Porém, um dia a compreensão chega. E respiramos aliviados por não termos sido a prioridade ou a escolha de alguém. Pois foi a desistência desse alguém por nós que impulsionou nosso encontro com o caminho mais acertado que nos estava reservado. O caminho que, cegos pela paixão, engano ou teimosia, não conseguíamos enxergar."

(Fabíola Simões)

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Rapaz, entenda, mulher intensa não é pra você.


"O que você quer com essa moça, rapaz? Será que passa pela sua cabeça que vai transformá-la numa mulher “água com açúcar”? Ah, meu caro, tire o seu cavalo da chuva. Preste atenção! Pelo visto você já se esqueceu da última vez em que tentou fazer isso, né? Investiu numa mulher e fez de tudo para matar a essência dela, e conseguiu por um bom tempo. Acontece que um dia ela acordou e sentiu falta de si própria e reagiu, olhou-se no espelho, fez as malas, olhou nos seus olhos e disse: acordei desse pesadelo, tô indo ao encontro de mim mesma e é um caminho sem volta.

Lembra que você ficou sem chão e sem juízo com a partida dela? Pois é, eu achei foi pouco pra você. Eu, até hoje bato palmas para a atitude daquela mulher fantástica. Eu fui testemunha do quão infeliz ela foi contigo. Ela mais parecia uma morta-viva, sem brilho, sem viço, sem sonhos, apenas existindo. E você vivia ostentando para a família e para a sociedade que tinha uma mulher do seu jeito. Você, de tão egoísta que sempre foi, nunca se perguntou se aquela mulher estava feliz ao seu lado. Você estava mais preocupado em apresentá-la ao seu meio social, como um troféu. Você fazia de tudo para aniquilar o que ela tinha de mais incrível: a espontaneidade.


Aquela mulher de riso fácil foi, pouco a pouco, murchando tal qual uma planta desidratada. E você, de tão incompetente que era, nunca a fizera sentir-se mulher. E ela se sujeitava, mesmo violentando a si mesma. Na verdade, você nunca acessou a alma daquela mulher. Você mal tocava a pele dela, quando eu digo mal, é no sentido literal da palavra mesmo porque você nunca soube tocá-la. Seus toques eram todos previsíveis e miseráveis. Toques de homem analfabeto em se tratando de mulher. Ah que sexo miserável que você oferecia a ela, tenha a santa paciência. Você não entende nada de mulher, meu caro, eu ouvia os desabafos dela.

Eu torcia muito por ela, eu sempre desejei que ela acordasse daquela anestesia. Eu a conheço desde menina, ela era o tipo de mulher que sorria pelos olhos, daí, veio você e acabou com tudo. Você sempre teve medo de mulheres intensas, nunca foi homem o suficiente para ter uma mulher inteira ao seu lado, por isso assassinava a sangue frio a essência das mulheres com as quais você se relacionava. Era o seu ponto forte. Se interessava por uma mulher exuberante, e, era só ter certeza do amor dela que você se revelava.

Mas, a sua última mulher teve um final feliz. Ela foi liberta das suas garras. Eu assisti, de camarote, a minha amiga assinando a própria carta de alforria. Ah, cara, nem te conto, ela está muito feliz e com as emoções restauradas. Ao contrário do que você pensa, ela não foi embora da sua vida por causa de outro homem. Ela foi embora porque estava muito infeliz contigo e ela já estava a um passo de perder a lucidez. Ela nunca encontrou em você os abraços que ela sonhava, nem os beijos, nem a cumplicidade… nada. Na verdade, nem amigo dela você foi.

Ela não precisa mais se preocupar em modular as gargalhadas dela, tão inconfundíveis. Ela não precisa mais viver se escondendo dentro de roupas largas para esconder as curvas, como fazia contigo.

Ah, aceita um conselho? Essa moça é muito intensa e cheia de vida, ela não combina contigo. Busque uma mulher “tranquilinha” para você se relacionar. Sugiro também que busque uma psicoterapia para que você possa entender a origem dessa necessidade de anular a essência de uma mulher para sentir-se seguro ao lado dela."

quinta-feira, 14 de junho de 2018

"Você é bem maior do que acredita."



"A gente tá criando uma geração de jovens doentes. 

Uma galera de 16, 17, 20, que deveria tá começando a vida agora mas que só pensa em acabar com ela. 

Gente que sai de casa sem nem saber porquê não quer sair, mas que volta lembrando de todas as razões.

Pai gritando na cara filho. 
Filho sem conseguir confiar em ninguém. 
Engolindo as dúvidas, o choro. 
Sem poder decidir sobre o próprio futuro. 
Sem voz, vivendo sufocado dentro do quarto, dentro de si mesmo. 
Sendo constantemente lembrado que é um gasto, um prejuízo, um dependente, e que enquanto estiver ali, não pode pensar, nem opinar, nem decidir, nem existir. 

Como que vocês desconsideram o dano psicológico que isso causaria em qualquer ser humano?

É claro que vocês vão acordar todo dia se achando um lixo. 
É claro que vocês vão odiar à si mesmos. 
É claro que vocês vão se achar difíceis de serem amados. 

Mas não! Vocês não são inúteis!
Nem incapazes, nem difíceis de amar. 
Vocês só são o resultado da rotina que vocês têm carregado nos últimos anos. 

Já pararam pra pensar que 90% de tudo que tá te machucando hoje, vocês não tinham há 5, 8 anos atrás, quando ainda tinham 11?

Não tinham porque isso é fase, e vai acabar. 

Opressão familiar é f*da!
Ela te machuca todo dia. 
Te acompanha quando você sai, te recebe quando você volta, e não te deixa fugir nem quando você tranca a porta do quarto. 

É f*da!

E quanto mais forte é a sua personalidade, quanto mais você defende o que você acredita, mais pesada é a porrada que bate em você. 

Mas a vida não é só porrada. 
A vida é mais. 
É conquista, é trabalho, é vitória, é sorriso, é amor, e vocês vão chegar nela preparados pra muita coisa. 

Se olhem no espelho. 
Aquela criança sonhadora dos 11 não morreu. 
Vocês tão à 6, 7 anos dela e à 70 do tanto de vida que ainda tem pela frente. 

A gente carrega cicatrizes. 
E eu sei que algumas são tão fortes que não cabem nem nesse texto. 
Mas continuem dando o seu melhor. 
Valorizem o seu próprio esforço. 
Se orgulhem das pequenas conquistas. 
Não tentem abraçar o mundo. 
Se culpem menos. 
Estudem. 
Se amem!

Eu desconheço que guerras vocês andam travando, mas se tem uma coisa que vocês não são, é fracos. 

Então respira. 
Respira porque você é bem maior do que acredita.

A gente não aposenta um avião por uns arranhões na pintura. 
Você tá se arranhando agora, mas ainda vai voar bem alto. 

(Texto: Luiz Guilherme Prado)

Despertar.

"Eu não fazia ideia de quem eu era até precisar de mim mesma." Eu sempre quis tanto agradar todo mundo, que, na minha cabeça, a id...