domingo, 16 de dezembro de 2018

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Passei um bom tempo me questionando o motivo da minha busca por ter alguém ao lado. 

Eu terminei um noivado, resultante de uma relação de quatro anos, por não sentir mais que a pessoa me respeitava em alguns aspectos. Eu tentei, juro. Conversei, pedi por melhoras. Mas outro dia li uma frase muito certa: "A única pessoa capaz de afastar uma mulher apaixonada de um homem é ele mesmo". Meus pedidos não bastaram. Enfim.

Apesar dos pesares, eu tinha no meu antigo parceiro (digo parceiro porque realmente éramos parceiros em tudo e para tudo), uma pessoa em quem eu confiava, que eu podia me abrir, falar sem parar, contar meu sonhos, frustrações e que, por trás, não iria puxar meu tapete ou me desejar mal.

E depois que o relacionamento com ele acabou eu me apeguei em alguns amigos. Grande parte deles nem estão ao meu lado hoje. E eu, que sempre fui boca aberta, que sempre achei que podia compartilhar meus sonhos e desejos e tristezas com eles também, deu de cara com a parede por MUITAS e muitas vezes.

Infelizmente, com o tempo a gente percebe que o ser humano é assim mesmo: Te quer bem, mas nunca melhor que ele mesmo. Mas até a gente aprender isso, é muita cara e coração quebrado. E dói. E fica um vazio. E a gente se sente meio perdido.

Nesse momento, por exemplo, eu só queria desabafar. Ter alguém pra conversar ... E a única coisa que eu sinto é solidão. Conto nos dedos de uma mão aqueles que realmente posso abrir meu coração com a certeza de que vão estar do meu medo e não irão me julgar.

Eu sei que isso faz parte de amadurecer. E talvez seja por isso que eu nunca quis crescer.


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"Porque envelhecer pressupõe amadurecer. Amadurecer pressupõe saber mais. E saber mais pressupõe se decepcionar mais, sofrer mais e dormir menos. 

Tô com um gosto ruim. De maçã farinhosa, de tomate passado, de alface velha. De banana cheia de mancha marrom. 

A vontade é deitar em posição fetal e chorar uns pares de dias. De fingir que ainda é infância, largar a academia e queimar calorias brincando de pique-esconde. De entrar numa máquina do tempo e voltar. Aos vinte e poucos, aos quinze, aos sete, aos três. 

Mas gente madura não pode fazer isso. Gente madura aguenta o tranco. Gente madura não chora. Gente madura encara tudo de frente, de peito aberto e sem colete à prova de balas. Apenas esperando o próximo – e fatal – tiro à queima-roupa. Que, com sorte, mata essa crise de identidade. E com azar, pega em cheio. No coração."

Despertar.

"Eu não fazia ideia de quem eu era até precisar de mim mesma." Eu sempre quis tanto agradar todo mundo, que, na minha cabeça, a id...