Passei um bom tempo me questionando o motivo da minha busca por ter alguém ao lado.
Eu terminei um noivado, resultante de uma relação de quatro anos, por não sentir mais que a pessoa me respeitava em alguns aspectos. Eu tentei, juro. Conversei, pedi por melhoras. Mas outro dia li uma frase muito certa: "A única pessoa capaz de afastar uma mulher apaixonada de um homem é ele mesmo". Meus pedidos não bastaram. Enfim.
Apesar dos pesares, eu tinha no meu antigo parceiro (digo parceiro porque realmente éramos parceiros em tudo e para tudo), uma pessoa em quem eu confiava, que eu podia me abrir, falar sem parar, contar meu sonhos, frustrações e que, por trás, não iria puxar meu tapete ou me desejar mal.
E depois que o relacionamento com ele acabou eu me apeguei em alguns amigos. Grande parte deles nem estão ao meu lado hoje. E eu, que sempre fui boca aberta, que sempre achei que podia compartilhar meus sonhos e desejos e tristezas com eles também, deu de cara com a parede por MUITAS e muitas vezes.
Infelizmente, com o tempo a gente percebe que o ser humano é assim mesmo: Te quer bem, mas nunca melhor que ele mesmo. Mas até a gente aprender isso, é muita cara e coração quebrado. E dói. E fica um vazio. E a gente se sente meio perdido.
Nesse momento, por exemplo, eu só queria desabafar. Ter alguém pra conversar ... E a única coisa que eu sinto é solidão. Conto nos dedos de uma mão aqueles que realmente posso abrir meu coração com a certeza de que vão estar do meu medo e não irão me julgar.
Eu sei que isso faz parte de amadurecer. E talvez seja por isso que eu nunca quis crescer.
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"Porque envelhecer pressupõe amadurecer. Amadurecer pressupõe saber mais. E saber mais pressupõe se decepcionar mais, sofrer mais e dormir menos.
Tô com um gosto ruim. De maçã farinhosa, de tomate passado, de alface velha. De banana cheia de mancha marrom.
A vontade é deitar em posição fetal e chorar uns pares de dias. De fingir que ainda é infância, largar a academia e queimar calorias brincando de pique-esconde. De entrar numa máquina do tempo e voltar. Aos vinte e poucos, aos quinze, aos sete, aos três.
Mas gente madura não pode fazer isso. Gente madura aguenta o tranco. Gente madura não chora. Gente madura encara tudo de frente, de peito aberto e sem colete à prova de balas. Apenas esperando o próximo – e fatal – tiro à queima-roupa. Que, com sorte, mata essa crise de identidade. E com azar, pega em cheio. No coração."
Me identifiquei demais, parece até que fui eu que escrevi!
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