sexta-feira, 3 de novembro de 2017

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"Não foi fácil chegar até aqui e superar o que superei. Se fosse possível visualizarmos a alma como visualizamos a pele, você ficaria chocado com a quantidade de cicatrizes que trago. 

Entretanto, as cicatrizes que  marcam minha  alma, tornaram-se minhas tatuagens sagradas. Elas são indolores,  apenas  me sinalizam o quão guerreira eu fui e sou. Eu as vejo como adornos que enfeitam a minha essência. Você há de convir que nem todo enfeite é bonito aos olhos de todos, contudo, ele possui um significado especial e subjetivo para o dono.

Na antiga “faculdade” onde me ensinaram sobre os relacionamentos amorosos, cursei uma disciplina que, dentre outras teorias, afirmava que  “se está ruim com um homem, pior será sem ele”. E, eu, como uma aluna muito aplicada, levava essa disciplina muito à sério. Então, qualquer migalha de afeto e respeito tava bom. 

Acontece que o tempo passou e resolvi cursar  outra “faculdade”, nela aprendi  novos conceitos com os quais me identifico plenamente, e o principal é que o amor e o sofrimento não são sinônimos. O Lulu Santos canta: “eu me recuso a admitir que amar é sofrer”, eu também me recuso. Aprendi também que afeto é para transbordar e não para ser servido a conta gotas. Então, estou agora assimilando esse aprendizado, quero cristalizá-los em mim, para nunca mais esquecer.

Enquanto isso, vou me apaixonando a cada dia por mim. Descobri tanta beleza em mim, tanta poesia, tanto encanto, tanto poder, tanta força e tanta doçura. E decidi: só vou permitir em minha vida, um homem que me veja assim também. Não quero mais homens com alma analfabeta. Eu ainda terei alguém que consiga ler as poesias que trago em cada silêncio e em cada gargalhada."

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