domingo, 16 de dezembro de 2018

(...)


Passei um bom tempo me questionando o motivo da minha busca por ter alguém ao lado. 

Eu terminei um noivado, resultante de uma relação de quatro anos, por não sentir mais que a pessoa me respeitava em alguns aspectos. Eu tentei, juro. Conversei, pedi por melhoras. Mas outro dia li uma frase muito certa: "A única pessoa capaz de afastar uma mulher apaixonada de um homem é ele mesmo". Meus pedidos não bastaram. Enfim.

Apesar dos pesares, eu tinha no meu antigo parceiro (digo parceiro porque realmente éramos parceiros em tudo e para tudo), uma pessoa em quem eu confiava, que eu podia me abrir, falar sem parar, contar meu sonhos, frustrações e que, por trás, não iria puxar meu tapete ou me desejar mal.

E depois que o relacionamento com ele acabou eu me apeguei em alguns amigos. Grande parte deles nem estão ao meu lado hoje. E eu, que sempre fui boca aberta, que sempre achei que podia compartilhar meus sonhos e desejos e tristezas com eles também, deu de cara com a parede por MUITAS e muitas vezes.

Infelizmente, com o tempo a gente percebe que o ser humano é assim mesmo: Te quer bem, mas nunca melhor que ele mesmo. Mas até a gente aprender isso, é muita cara e coração quebrado. E dói. E fica um vazio. E a gente se sente meio perdido.

Nesse momento, por exemplo, eu só queria desabafar. Ter alguém pra conversar ... E a única coisa que eu sinto é solidão. Conto nos dedos de uma mão aqueles que realmente posso abrir meu coração com a certeza de que vão estar do meu medo e não irão me julgar.

Eu sei que isso faz parte de amadurecer. E talvez seja por isso que eu nunca quis crescer.


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"Porque envelhecer pressupõe amadurecer. Amadurecer pressupõe saber mais. E saber mais pressupõe se decepcionar mais, sofrer mais e dormir menos. 

Tô com um gosto ruim. De maçã farinhosa, de tomate passado, de alface velha. De banana cheia de mancha marrom. 

A vontade é deitar em posição fetal e chorar uns pares de dias. De fingir que ainda é infância, largar a academia e queimar calorias brincando de pique-esconde. De entrar numa máquina do tempo e voltar. Aos vinte e poucos, aos quinze, aos sete, aos três. 

Mas gente madura não pode fazer isso. Gente madura aguenta o tranco. Gente madura não chora. Gente madura encara tudo de frente, de peito aberto e sem colete à prova de balas. Apenas esperando o próximo – e fatal – tiro à queima-roupa. Que, com sorte, mata essa crise de identidade. E com azar, pega em cheio. No coração."

terça-feira, 18 de setembro de 2018

"Quando tudo parecer afundar diante do seu coração, lembre-se dos motivos que te levaram a praticar esse distanciamento ..."


"Para o seu próprio amor, você vai precisar se afastar de algumas pessoas.

Vai precisar encerrar ciclos, substituir reticências por pontos finais em certas relações, trocar sentimentos que te sugam o equilíbrio que você merece e, mesmo respeitando o tempo de cada um, vai precisar também se afastar algumas de pessoas. 

Porque por mais que você ame e importe-se com muitas delas, você vai precisar de um espaço só seu para que o seu amor permaneça saudável e em condições de continuar evoluindo.

Não será fácil cortar laços tão marcantes da sua vida, assim como também não será da noite para o dia que você criará essa consciência emocional. 

Até você chegar nessa maturidade, até você aceitar o quanto é essencial o desprendimento de relacionamentos que não te trazem bem algum, muito vai te incomodar. Vai doer bastante até que você supere, até que você aprenda. 

Todos os dias você vai pensar se tomou a decisão correta, se foi justo com você e com a outra pessoa. Às vezes você vai querer voltar atrás e desfazer tudo, sabe? Mas nada disso é estúpido. As lágrimas, as incertezas, o nó na garganta.

Quando tudo parecer afundar diante do seu coração, lembre-se dos motivos que te levaram a praticar esse distanciamento: a sua saúde, a sua estabilidade mental. 

Porque nenhum coração funciona isento da razão. Ele precisa de uns conselhos vez ou outra para não mergulhar em quem não reconhece o melhor da gente.

Portanto, não encare o seu desistir, o seu ir embora da vida de algumas pessoas como descaso ou menos amor. O que nunca te faltou foi amor. 

Se afastar de algumas pessoas não é fracassar. 

e afastar de algumas pessoas é entender, respeitar e valorizar quem você é. 

Qualquer relacionamento precisa ter o autoconhecimento sendo pilar. Para o seu próprio amor, apenas vá. Às vezes é necessário."

(Guilherme Moreira Jr.)

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

"O amor, simplesmente, acontece."



"Quem já teve a sorte de fazer morada em outra alma, não se satisfaz com um relacionamento qualquer.

Sorte, sim, pois hoje nada mais é feito para durar.

Desde pequenos somos incentivados a conquistar, consumir e descartar. A rotatividade, nossa necessidade de novidade e a abundância de opções nos transformaram em mestres na arte do desapego. Chega a ser instintivo ou, então, mecânico.

Sei lá. Às vezes somos tão egoístas por desejar incondicionalmente a posse de outro corpo para suprir nossos desejos, nossa carência. Agimos por impulso e deixamos pelo caminho corações estilhaçados.

Estamos todos sofrendo em demasia. Sedentos por amor, alimentamos uma ansiedade permanente. Queremos pertencer e, ao mesmo tempo, ter. Alguém para conectar nossos sentimentos mais puros e, talvez, seja esse nosso grande erro: procurar um amor.

Amor não é objeto. Pessoas não são objetos. Talvez devêssemos parar de descartar o que não deveria ser descartado e aprender a valorizar quem está ao nosso lado.

E quanto ao amor? Esquece. O amor, simplesmente, acontece."

(Felipe Taffarel)

sábado, 15 de setembro de 2018


“Quem me vê de longe, ainda mais protegida pela distância de uma tela, acha que a minha vida é esse oceano de lindos relacionamentos e objetivos concretizados. 

Pois bem, não é. Todos os dias eu preciso mentalizar que vai ficar tudo bem. 

Isso porque o ficar bem nem sempre depende da minha pessoa, e de forma alguma depende das expectativas que você tem a meu respeito. Aliás, nenhuma consequência dos meus sentimentos depende de alguém ou de alguma coisa.

Eu aprendi que respeitar os meus sentimentos é o primeiro e mais importante passo para que fique tudo bem. Mas é respeitá-los nas suas formas mais completas e complexas, sejam elas eufóricas ou melancólicas - agradecidas ou ingratas. 

Porque é em vão negar quando a tristeza bate. Assumir os pensamentos ruins mostra maturidade, crescimento. Seria muito fácil se eu evoluísse só com boas vibrações. 

Não, também tenho a responsabilidade de aceitar os meus piores lados. Mas eles não são definitivos. Tanto os ruins quanto os bons.

É por isso que cada dia é uma luta: é sobre o quanto posso ir e mudar para ser alguém com quem eu possa percorrer a vida sem medo, sem várias camadas de proteção contra o amor e outras sintonias. 

O meu coração aprendeu que vulnerabilidade não significa fraqueza. 

Quer dizer apenas que eu tenho essa inclinação para permitir entrelaces. E é saudável que eu tenha esse comportamento. É um dos meus poucos traços que aceitei com orgulho que não preciso mudar. Ele está bem do jeito que está.

Talvez nada de quem eu sou agora se pareça com o ideal. Não encontrei uma fórmula mágica para lidar com questões tão emocionais, não foi isso.

Aprendi que não preciso ser perfeita. Aprendi que não preciso ser tudo o que querem. Aprendi que posso ser eu e mesmo assim ser um pouco mais além desde que nada interfira ou absorva o meu constante encanto (mesmo quando a vontade for abalada, quando a preguiça gritar ou quando recomeçar soar difícil) de encarar o mundo no dia seguinte.

A minha alma é agridoce e cabe num livro. A coragem vai em todas as páginas como nota de rodapé.

(Guilherme Moreira Jr.)

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

"O amor precisa é da presença, não da eternidade.”



“E o mundo é assim, cheio de contradições e falsos alívios. 

Eu por exemplo como um prato gigante de comida, mas pra “amenizar” minha culpa, peço junto uma Coca-Zero. 

Quem fala do defeito alheio acaba de mostrar um dos seus. Existe gente que diz não fazer questão de elogios, e nessa hora está elogiando a si mesma. 

Quem diz que não se preocupa com a opinião alheia, acaba de se preocupar em dizer isso. 

Quanto mais você se esconde, mais aparece tentando se esconder. 

Tem gente que na igreja promete que é pra sempre e um belo dia, descobre que não era bem assim. 

Hipocrisia é um paradoxo inconfessável, mas não invisível. 

Tem gente que fala dos políticos desonestos, mas que vive furando fila. 

E essa moda de criticar a moda que nunca se acaba. 

Gente que se acha tanto a exceção da exceção que é previsível por querer sempre surpreender. 

Gente que oprime o Português do outros, mas que vive pedindo pro Google “soprar” a palavra certa.

Não, o perigo não é o paradoxo. Um dia você descobre que ser contraditório é da nossa natureza. Perigo é achar que o mundo é sempre coerente, que as peças sempre se encaixam e que as pessoas nunca derrapam em suas supostas verdades. 

Ser leve é assumir as suas fragilidades. 

O mundo precisa de mais espelhos e menos escudos. O amor precisa é da presença, não da eternidade.”

(Fred Elboni)

sábado, 8 de setembro de 2018

A pessoa certa ...




“Depois de um tempo a gente cai em si e percebe que as oportunidades são limitadas, assim como as pessoas que saberão somar na sua vida também são. 

Existe a pessoa certa que está em algum lugar experimentando a sua pessoa errada para aprender e chegar para você sem dúvidas e sabendo o realmente quer. 

Eu já amei muito alguém que sabia o que queria, mas hoje eu só sou capaz de amar quem sabe o que quer e o que não quer. 

Eu me tornei quem eu mais temia, aquela pessoa que sabe exatamente o que é o amor e que não vai parar em qualquer esquina e depositar em qualquer pessoa todo sentimento que vim cuidando e cultivando. 

Pode ser alguém lindo, que ultrapassa as expectativas dos meus sonhos e se encaixaria perfeitamente no meu álbum de casamento. 

Se não fizer esforço não vai dar um passo além daquele que eu permiti que desse para mostrar ser ou não a pessoa certa que esperei.”

terça-feira, 31 de julho de 2018

De confusão tenho o coração inteiro.



"De confusão tenho o coração inteiro. Beiro a loucura nos diálogos que faço comigo antes de dormir. São tantos. Brinco de ser tudo o que eu quiser, mesmo que, na realidade, eu não seja lá muita coisa. São tantas esquinas. Tantas placas de “Pare, aqui não é o seu lugar”, que somente assim percebo como estou há anos dando voltas na mesma quadra.

Meu mundo interno está interditado; confusões inundaram os melhores brinquedos do parque. Paz interior? Já ouvi falar. Muito bem por sinal. Meus dobrados são pedaços de coração, medo e saudade. Do que eu fui, do que eu nunca vou ser, do que todos queriam que eu fosse e não fui. Dividir o que eu sinto? Loucura. Ninguém entenderia. Sou página em branco ou todas páginas do mundo, de meio termo não fiz aula.

Alguém com as confusões em harmonia com as minhas? Eu não iria acreditar em tamanha perfeição! Alguém que tenha paciência para ouvir as histórias que só eu sei inventar? Que saiba viver o amor que só eu sei viver? Que saiba lidar com as mais intimas das minhas confusões? Que nade com alegria nas minhas águas? Impossível!

Seria luxo demais um dia alguém entender as ondas noturnas e tempestuosas que fazem barulho neste mar. É ensurdecedor. É repetitivo. É revolto até o sol nascer. Durante o dia sou maré baixa; sorriso paisagem; também estou bem; aceito um café; vou ficar em casa hoje; nos vemos amanhã. Na noite cresço, viro alto-mar, repenso o que vivo, no que mereço, inverto as prioridades e os destinos, me transformo em euforia e, sendo todo valentia, viro coragem. Como se adiantasse ser corajoso na madrugada…

Sempre com algumas certezas, mas cheio de dúvidas, nunca sei o que quero. Saber o que se quer é uma pergunta muito grande para respostas tão pequenas: amor, paz, carinho, o mundo, um beijo. Essas coisas. Nada demais. Assim, beirando a correnteza, vou indo, pois logo preciso acordar e, na maior intimidade do mundo, dar bom dia para todas as minhas confusões."

(Frederico Elboni)

sexta-feira, 27 de julho de 2018

"Alguém se apaixonará por você – do jeito que você é."


"Eu espero – de coração – que você esteja preparada psicologicamente para suportar a bateria de perguntas clichês dos seus familiares: “E os namoradinhos? Cadê? Nem uma paquera?”
Calma, o tempo é piada.
Quando te desejo “boa noite”, mesmo tão longe, sinto seu travesseiro pesado. Você está emocionalmente desgastada, desacreditada e cansada de colecionar relacionamentos catastróficos. Talvez o seu pecado seja a vontade de ter um amor de verdade, talvez seja culpa do acaso ou, simplesmente, ainda não é o momento certo.

Por mais que demore pra ser, será.
Você encontrará quando não quiser mais procurar. Não será fácil entender. Amor a gente não explica, apenas sente e, principalmente, vive. Por mais difícil que seja prever, posso antecipar, desde já, que ele não virá num cavalo, mas causará um belo dum estrago.
Deixa ser, como será.
Você encontrará alguém que vai se embaralhar com seu charme, captar sua insanidade, amar sua loucura, se desmanchar com seu sorriso bobo. Perder o fôlego com seu beijo, se adaptar ao seu jeito. Alguém que não colocará regras. Disposto a aceitar, não julgará, tampouco tentará te mudar.
Alguém se apaixonará por você – do jeito que você é."

domingo, 15 de julho de 2018

O mundo é dos intensos


"Durante nossa caminhada a gente passa por tantas tempestades, encara diversas adversidades, encontra muita gente rasa e – com o tempo – enrijecemos os sentimentos. Acostumamos com o “mais ou menos”.

Não seja tão pouco.

Continue, assim, com o coração saindo pela boca. Enxergando cores até mesmo onde é acinzentado, observando os detalhes, valorizando os pequenos gestos, apreciando atitudes. Se emocionando e sentindo muito.

O mundo é das pessoas intensas.

Sei o quanto é difícil não criar expectativas surrealistas, suportar crises de ansiedade e encarar uma realidade nem sempre prazerosa. É preciso muita força interna para não se tornar gelada. Mas, não desista, tá?

Não tenha medo de demonstrar.

Continue, assim, no seu ritmo. Com personalidade, autenticidade, sensível e transbordando amor. Sem essa de mudar para agradar os outros. Calma! Pessoas vão chegar, vão partir, vão ficar – e você vai encontrar.

Alguém a fim de te acompanhar."

segunda-feira, 9 de julho de 2018

O que descobri aos vinte e poucos anos ...



"A casa dos vinte é a casa das descobertas, quando as ilusões da adolescência se desfazem como fuligem diante de nossos olhos e a famigerada vida real enfim se apresenta feito um soco no estômago.

Ninguém está suficientemente maduro aos vinte e cinco. Nem aos trinta. Nem aos sessenta. Desconfio, na verdade, que a vida passa inteira e ninguém descobre o que é que é pra fazer. Mas cada década vai deixando calos importantes – e doloridos, e cômicos – no mosaico da nossa existência. Aos vinte e cinco, algumas versões suas já foram deixadas pra trás.

1 – Sua rebeldia se torna mais sofisticada – Você já não faz questão de esfregar suas crenças na cara do ateu, tampouco seu ateísmo na cara dos crentes. Não porque você se tornou uma espécie de ser humano evoluído que respeita as crenças dos outros com maestria, mas porque você percebe que algumas coisas simplesmente não valem a pena, e sobretudo porque descobre que, não, você não tem todas as respostas.

2 – Você aprende com o bom humor – Você se lembra dos anos de adolescência em que descobriu que a vida é mesmo complicada, e lembra o quão amargamente reagiu a essa constatação até entender que o mau humor não é capaz de mudar o que você não aceita, e que rir das desgraças ainda é a chave para uma vida mais leve.

3 – Você não se leva tão a sério – Você para de se sentir perseguido e injustiçado pelo mundo, porque entende que você não é tão importante assim. Quanto mais o tempo passa, mais entendemos que somos poeira em um universo infinito – e nossos problemas particulares, que para nós são tão gigantescos, são insignificantes em uma perspectiva macro.

4 – Você começa a entender a lógica das relações humanas – e então perder alguém passa a ser menos dramático, porque você finalmente percebe que relações não duram para sempre. Nunca.

5 – Você começa a se importar com a sua saúde – e descobre que cuidar da alimentação e do corpo não é puramente uma questão estética, é a mais pura demonstração de autocuidado e autoamor. Deixar de se importar com isso é justamente o contrário de se aceitar.

6 – Suas ressacas tornam-se realmente lições de vida – seu corpo já não responde tão bem às bebedeiras. A vodka barata que você bebia tranquilamente aos dezessete agora lhe cai no estômago como uma bomba, e então você se dá conta de que a parte mais divertida de beber é fazer isso direito – leia-se: de modo que você consiga existir dignamente no dia seguinte.

7 – Você descobre que ter um sofá é realmente importante – tapetes, almofadas e tatames são um charme, mas você descobre que se tornou adulto quando só quer ver suas séries de meias no sofá.

8 – Você aprende que não precisa passar por certas coisas – Acampamento no inverno? Só se realmente não der pra arranjar, no mínimo, uma cama quentinha em um hostel. Os anos passam e a gente passa a optar pelo conforto em vez da aventura – embora nem sempre as duas coisas se excluam.

9 – Você sente certo desconforto em relação ao seu próprio limbo – por vezes você se percebe como algo entre um velho e uma criança: Já sente dores nas costas, mas ainda faz maratona de desenho animado com brigadeiro. Relaxa, você é só um jovem normal do século XXI.

10 – Você desconfia mais – você aprende a desfrutar das relações sem aquela entrega adolescente desenfreada. Depois de alguns baques, a velha história de confiar desconfiando passa a funcionar com você.

11 – Você se torna mais seletivo – você escolhe bem as pessoas que valem a sua amizade e os programas que valem o seu tempo. Você dificilmente perderá noites na mesma balada todo final de semana – porque o tempo livre passa a valer mais à medida em que se passam os anos.

12 – Você já não bate de frente com seus pais – sua necessidade de autoafirmação cessou, e você compreendeu que afrontar seus pais não é prova de independência e maturidade – muito pelo contrário, aliás. Você entende que absolutamente tudo é uma questão de perspectiva, e conflitos geracionais são cansativos demais.

13 – Você pensa mais sobre o próprio futuro – não que você realmente saiba o que fazer, mas os seus próximos anos de vida – inclusive a sua velhice – passam a ser uma questão pra você.

14 – Você entende com mais tranquilidade que pouca coisa faz sentido – adolescentes procuram sentido em tudo. Aos vinte e poucos, você percebe que esta é uma tarefa interessante, mas adoecedora. “Ninguém existe por um propósito, ninguém pertence a algum lugar, todo mundo vai morrer. Entre e tome uma cerveja.” (Rick e Morty)

15 – Você entende o valor de não fazer nada – O ócio se torna o seu luxo preferido, e a sua definição de paraíso é um domingo silencioso com filmes, sofá e pizza.

16 – Você lida com suas frustrações com menos desespero – não que você não sofra. Sofre, e muito. Mas digamos que você meio que se acostumou.

17 – Você pensa frequentemente sobre filhos – seja querendo tê-los, seja querendo evita-los, seja ainda não entendendo absolutamente nada sobre a questão, você pensa sobre coisas como casamento, filhos e varandas com samambaias sobretudo porque seus amigos começam a se casar e terem filhos, enquanto você ainda não sabe se prefere Marvel ou DC.

18 – Você fica mais perdida do que nunca – a faculdade é a fase dos sonhos. Quando termina, você percebe que as coisas não são exatamente se formar, arranjar um emprego e ser bem-sucedida. Então você se contenta em a parte do emprego.

19 – Seus objetos de desejo são estranhos – como um esfregão que alcance os cantinhos, um cortador de legumes elétrico ou uma cuba de gelo em formato de abacaxis.

20 – Você valoriza as pessoas pelo que te fazem sentir – e não por coisas superficiais como gostos em comum. Você entende que boas companhias não são exatamente as pessoas que gostam das mesmas coisas que você e pensam como você – isso é delírio narcísico -, mas as que fazem com que você se sinta confortável consigo mesmo.

21 – Você ouve mais as pessoas que discordam de você – não porque a adultice te torna pacífica, mas porque você entende que agregar ideias diferentes das suas ao seu repertório, mesmo que para refutá-las, é uma questão de esperteza.

22 – Você dá valor à organização – e quando se dá conta, tem anotações na agenda, no bloco de notas do celular, nos post-its e nas paredes.

23 – Você acompanha grupos de decoração e dicas de cuidados com a casa – mesmo que não seja muito boa nisso, você realmente quer que a sua casa seja o lugar mais confortável do mundo.

24 – Você gosta de comida de verdade – e em geral prefere uma refeição a um fast food, embora aquela passadinha no Burguer King ainda tenha o seu valor.

25 – Você entende que ainda não entende nada – o próprio Sócrates reencarnado, você só sabe que não sabe de nada."

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Pare de desmarcar seus compromissos por causa dele



"Dos muitos erros que eu já cometi em relacionamentos, um dos que mais me marcou – e que eu mais repeti – foi desmarcar compromissos por causa de uma paixonite.

Perdi as contas das vezes em que pedi para uma amiga entender se eu não fosse ao nosso cineminha porque aquele cara me chamou para sair, ou em que eu simplesmente não marquei nada no fim-de-semana porque sabia que ele iria me chamar para qualquer programinha à toa.

Sei que é até feio assumir, mas é verdade. Por bastante tempo eu fui a pessoa que colocava os próprios compromissos em segundo plano por qualquer paixonite que abalasse esse meu coração libriano.

A verdade é quase todo o mundo já fez isso. 

Estar apaixonada é realmente uma delícia e é quase inevitável que nessas horas a gente fique um pouco monotemática. Ter vontade de estar sempre ao lado de quem se gosta é o mais natural dos sentimentos e é maravilhoso que a gente consiga desfrutar dessas oportunidades. 

Mas é justamente nesses lapsos de tolice que naturalmente acompanham qualquer paixão que nós muitas vezes cometemos o erro de deixar de lado a própria vida e priorizar a paixão, o tesão, ou – eu sei que é duro admitir – a ilusão.

Sei que ninguém aprende nada com os erros dos outros e que provavelmente eu estou escrevendo tudo isso em vão, mas se eu pudesse dar um conselho às apaixonadas de plantão, seria esse: curta a delícia de viver uma paixão, mas se ocupe. 

Faça seus próprios planos. Seja protagonista das suas risadas e da sua diversão.

Os casais mais felizes que eu conheço são aqueles formados por dois autossuficientes que definitivamente não dependem um do outro para serem felizes e terem momentos de alegria e satisfação. 

No fundo, as pessoas legais, altruístas e que realmente valem a pena sempre farão questão de se adaptar aos nossos compromissos e se alegrar com aquilo que nos faz feliz e não é só a paixão."

(Duda Costa)

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Às vezes é preciso ir para poder ficar


"Escrevi um adeus em um papel e o assinei. Não me alonguei como geralmente costumo fazer em sua presença. Preferi ser breve.

Finquei o escrito no portão da sua vida. Eu sei, não avisei quando cheguei, mas senti uma vontade incontrolável de anunciar que agora me vou.

Vou porque é tempo de ir. É tempo de seguir a minha natureza de partir. De guardar bonito o que vivemos. De guardar as memórias partilhadas, as histórias dedilhadas, os dias que nos acolheram em horas de longas conversas e admiração.

Preciso dizer que finquei o papel de forma displicente, e o fiz para que, com sorte, o vento o leve e o meu adeus fique no silêncio, se valendo apenas da tua percepção em sentir que já não estou mais.

O mundo anda rápido hoje. Pessoas muitas vezes são substituídas como a última coleção outono/inverno abrindo espaço para novos modelos primavera/verão. Pessoas são, comumente, liquidadas, bem baratinho, em algum saldão da vida.

Esse tipo de coisa entristece, esse tipo de comportamento desalinha o ânimo mais exultante. Espero, lá no fundo, que você reserve um lugar especial para mim em seu coração.

Os nossos discos, os nossos sonhos, os nossos segredos. Guarde-os carinhoso na estante dos teus mais bonitos sentimentos. Permita que um dia, ao acaso, eu possa lhe assaltar as memórias e voltar serena para junto de você. Permita que um dia eu possa me aninhar em seu corpo e afirmar que é muito bom ir, mas que é ainda melhor poder voltar.

Eu sei, é estranho, contudo, às vezes é preciso ir para poder ficar. É preciso ir para saber aqueles que são de verdade.

Então, se nada mudar, depois de um longo tempo de distância, se nada mudar depois que novamente nos tocarmos, eu saberei que sempre morei em você, que teu coração me abrigou carinhoso no tempo em que fiquei fora. Saberei que a gente vai ser pra sempre, mesmo que de vez em quando um dos dois resolva simplesmente ir."

(Vanelli Doratioto)

terça-feira, 19 de junho de 2018

Ainda bem.



"Tem escolhas que não dependem de nós, que contrariam nossos desejos e nos entristecem por um tempo, mas depois, olhando para trás, percebemos que foram essas histórias encerradas - mesmo contra nossa vontade - as peças fundamentais para nossa felicidade. Pois a mão de Deus é poderosa, e mesmo sem enxergar no momento, algumas coisas são um tremendo livramento.

Às vezes a gente fica tão focado naquilo que perdeu que acaba não dando chances para o que virá. Os livramentos acontecem silenciosamente, a todo instante, e mesmo sem compreender, é preciso confiar. Acreditar que algumas perdas não são prejuízos, e sim bênçãos disfarçadas.

A vida é constituída de muitas histórias, e alguns capítulos só serão escritos quando outros forem encerrados. Em vez de apenas lastimar suas perdas, comece a ter fé de que foram o gatilho necessário para uma felicidade mais palpável e duradoura. Assim como gavetas bagunçadas que precisam de espaço e faxina, a vida só vai adquirir ânimo novo se a gente permitir. Se a gente autorizar que nossas bagunças deem lugar a alegrias novas e coragens renovadas.

Preste atenção ao que você perdeu. Olhe com sensatez para aquele lugar vago e por um instante de lucidez comece a discernir se realmente foi uma perda ou um ganho. Se o espaço antes ocupado por aquela pessoa, situação ou sentimento pode agora ser preenchido por coisa melhor.

Tenha o bom senso de observar as lacunas que restaram, percebendo que finalmente está livre para uma história mais inteira e recíproca. Às vezes a gente imagina que é dono de um jardim, mas só é possuidor dos espinhos do jardim. Precisamos parar de aceitar a dor como algo que nos completa, e começar a desejar a beleza, o perfume e todo o bem que o jardim inteiro pode nos proporcionar.

Às vezes, não ser correspondido por alguém é um tremendo livramento. Dói ser rejeitado, dói ser preterido. Porém, um dia a compreensão chega. E respiramos aliviados por não termos sido a prioridade ou a escolha de alguém. Pois foi a desistência desse alguém por nós que impulsionou nosso encontro com o caminho mais acertado que nos estava reservado. O caminho que, cegos pela paixão, engano ou teimosia, não conseguíamos enxergar."

(Fabíola Simões)

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Rapaz, entenda, mulher intensa não é pra você.


"O que você quer com essa moça, rapaz? Será que passa pela sua cabeça que vai transformá-la numa mulher “água com açúcar”? Ah, meu caro, tire o seu cavalo da chuva. Preste atenção! Pelo visto você já se esqueceu da última vez em que tentou fazer isso, né? Investiu numa mulher e fez de tudo para matar a essência dela, e conseguiu por um bom tempo. Acontece que um dia ela acordou e sentiu falta de si própria e reagiu, olhou-se no espelho, fez as malas, olhou nos seus olhos e disse: acordei desse pesadelo, tô indo ao encontro de mim mesma e é um caminho sem volta.

Lembra que você ficou sem chão e sem juízo com a partida dela? Pois é, eu achei foi pouco pra você. Eu, até hoje bato palmas para a atitude daquela mulher fantástica. Eu fui testemunha do quão infeliz ela foi contigo. Ela mais parecia uma morta-viva, sem brilho, sem viço, sem sonhos, apenas existindo. E você vivia ostentando para a família e para a sociedade que tinha uma mulher do seu jeito. Você, de tão egoísta que sempre foi, nunca se perguntou se aquela mulher estava feliz ao seu lado. Você estava mais preocupado em apresentá-la ao seu meio social, como um troféu. Você fazia de tudo para aniquilar o que ela tinha de mais incrível: a espontaneidade.


Aquela mulher de riso fácil foi, pouco a pouco, murchando tal qual uma planta desidratada. E você, de tão incompetente que era, nunca a fizera sentir-se mulher. E ela se sujeitava, mesmo violentando a si mesma. Na verdade, você nunca acessou a alma daquela mulher. Você mal tocava a pele dela, quando eu digo mal, é no sentido literal da palavra mesmo porque você nunca soube tocá-la. Seus toques eram todos previsíveis e miseráveis. Toques de homem analfabeto em se tratando de mulher. Ah que sexo miserável que você oferecia a ela, tenha a santa paciência. Você não entende nada de mulher, meu caro, eu ouvia os desabafos dela.

Eu torcia muito por ela, eu sempre desejei que ela acordasse daquela anestesia. Eu a conheço desde menina, ela era o tipo de mulher que sorria pelos olhos, daí, veio você e acabou com tudo. Você sempre teve medo de mulheres intensas, nunca foi homem o suficiente para ter uma mulher inteira ao seu lado, por isso assassinava a sangue frio a essência das mulheres com as quais você se relacionava. Era o seu ponto forte. Se interessava por uma mulher exuberante, e, era só ter certeza do amor dela que você se revelava.

Mas, a sua última mulher teve um final feliz. Ela foi liberta das suas garras. Eu assisti, de camarote, a minha amiga assinando a própria carta de alforria. Ah, cara, nem te conto, ela está muito feliz e com as emoções restauradas. Ao contrário do que você pensa, ela não foi embora da sua vida por causa de outro homem. Ela foi embora porque estava muito infeliz contigo e ela já estava a um passo de perder a lucidez. Ela nunca encontrou em você os abraços que ela sonhava, nem os beijos, nem a cumplicidade… nada. Na verdade, nem amigo dela você foi.

Ela não precisa mais se preocupar em modular as gargalhadas dela, tão inconfundíveis. Ela não precisa mais viver se escondendo dentro de roupas largas para esconder as curvas, como fazia contigo.

Ah, aceita um conselho? Essa moça é muito intensa e cheia de vida, ela não combina contigo. Busque uma mulher “tranquilinha” para você se relacionar. Sugiro também que busque uma psicoterapia para que você possa entender a origem dessa necessidade de anular a essência de uma mulher para sentir-se seguro ao lado dela."

quinta-feira, 14 de junho de 2018

"Você é bem maior do que acredita."



"A gente tá criando uma geração de jovens doentes. 

Uma galera de 16, 17, 20, que deveria tá começando a vida agora mas que só pensa em acabar com ela. 

Gente que sai de casa sem nem saber porquê não quer sair, mas que volta lembrando de todas as razões.

Pai gritando na cara filho. 
Filho sem conseguir confiar em ninguém. 
Engolindo as dúvidas, o choro. 
Sem poder decidir sobre o próprio futuro. 
Sem voz, vivendo sufocado dentro do quarto, dentro de si mesmo. 
Sendo constantemente lembrado que é um gasto, um prejuízo, um dependente, e que enquanto estiver ali, não pode pensar, nem opinar, nem decidir, nem existir. 

Como que vocês desconsideram o dano psicológico que isso causaria em qualquer ser humano?

É claro que vocês vão acordar todo dia se achando um lixo. 
É claro que vocês vão odiar à si mesmos. 
É claro que vocês vão se achar difíceis de serem amados. 

Mas não! Vocês não são inúteis!
Nem incapazes, nem difíceis de amar. 
Vocês só são o resultado da rotina que vocês têm carregado nos últimos anos. 

Já pararam pra pensar que 90% de tudo que tá te machucando hoje, vocês não tinham há 5, 8 anos atrás, quando ainda tinham 11?

Não tinham porque isso é fase, e vai acabar. 

Opressão familiar é f*da!
Ela te machuca todo dia. 
Te acompanha quando você sai, te recebe quando você volta, e não te deixa fugir nem quando você tranca a porta do quarto. 

É f*da!

E quanto mais forte é a sua personalidade, quanto mais você defende o que você acredita, mais pesada é a porrada que bate em você. 

Mas a vida não é só porrada. 
A vida é mais. 
É conquista, é trabalho, é vitória, é sorriso, é amor, e vocês vão chegar nela preparados pra muita coisa. 

Se olhem no espelho. 
Aquela criança sonhadora dos 11 não morreu. 
Vocês tão à 6, 7 anos dela e à 70 do tanto de vida que ainda tem pela frente. 

A gente carrega cicatrizes. 
E eu sei que algumas são tão fortes que não cabem nem nesse texto. 
Mas continuem dando o seu melhor. 
Valorizem o seu próprio esforço. 
Se orgulhem das pequenas conquistas. 
Não tentem abraçar o mundo. 
Se culpem menos. 
Estudem. 
Se amem!

Eu desconheço que guerras vocês andam travando, mas se tem uma coisa que vocês não são, é fracos. 

Então respira. 
Respira porque você é bem maior do que acredita.

A gente não aposenta um avião por uns arranhões na pintura. 
Você tá se arranhando agora, mas ainda vai voar bem alto. 

(Texto: Luiz Guilherme Prado)

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Para o amor que virá depois do cara errado


"Certamente eu não te notarei quando se aproximar de mim, estarei ocupada demais buscando curar minhas feridas. Eu me enganei ao amar alguém que nunca se importou comigo e agora estou juntando os cacos de mim.


Quando me vir passar por você, não me culpe pela falta de jeito, pela falta de uma animação exagerada, pelo cabelo preso de qualquer maneira. Eu amei demais e deixei que roubassem o meu sorriso. Eu amei demais, me doei demais e acreditei em um caminho que não dava em lugar algum.

Eu tentei caber em um vestido PP, mas meu número é G. Eu tentei gostar de cerveja, mas o que aprecio mesmo é margarita, eu tentei alisar o cabelo, mas o meu é lindamente enrolado, eu tentei amar Marcelo Rubens Paiva, mas estou mais para Rosamunde Pilcher.

Me perdoe amor pela minha falta de jeito, por ser míope e te confundir de forma tão leviana. Enxerguei o relacionamento passado com minha parte mais otimista e não demorou muito para que eu me visse nua, desnuda de meus anseios, diminuída em minhas capacidades, pobre em minhas aspirações. Eu deixei que um outro se apoderasse de mim sem piedade, não protegi minha integridade e agora assim estou.

O telefone toca, contudo nem sempre o atendo, a vida chama, mas há em mim um receio em novamente errar, mas não desista de mim. Não desista do que ficou, não desista de enxergar aquela que mesmo destroçada encontrou forças para lutar e afastar de si uma pessoa incapaz de compartilhar o melhor, incapaz de despertar o melhor.

Não desista dessa que aqui está, descalça, com marcas de uma luta que marcou o fim de um relacionamento sofrido. Não desista dessa que pode não ter hoje a alegria de ontem, que entende que errou, mas que mesmo assim encontrou forças, sabe-se lá de onde, para mudar as coisas.

Amor, quando colocar seus olhos sobre mim, seja ponderado e respeitoso, seja carinhoso e gentil. Aqui em sua frente está uma pessoa que acreditou que ia para o paraíso dos deleites românticos, mas que na verdade partiu desprevenida para uma guerra silenciosa.

Todos os dias eu me convenço que não me cabe a culpa, todos os dias eu busco ensinar-me novamente a acreditar. Estou reaprendendo a viver, estou sendo o melhor de mim, mesmo sem os pedaços que me foram arrancados no passado.

Depois do fim, depois da lama e dos destroços, achei que não conseguiria novamente levantar, mas estou andando pelo mundo, ainda que devagar. A vida insiste e mesmo que a vontade por vezes falte, ela tem sido suficiente para me embalar nesses dias que hoje são singelos e simples, contudo repletos de pequenas descobertas.

Agora eu arrisco sair de casa sem preocupações ansiosas, arrisco encontrar velhos amigos sem avisos prévios, arrisco comprar as mais belas flores para presentear a mim e enfeitar minha pequena casa. Hoje eu ouso ouvir os discos antigos que ficaram guardados por anos e cantarolar minhas canções favoritas sem receios. Hoje eu tomo banhos demorados e visto qualquer coisa, sem a obrigação de ser o que não sou.

Hoje eu me acho perfeitamente normal dentro de minhas loucurinhas saudáveis. Hoje eu como chocolate na hora que tenho vontade e assisto às minhas comédias românticas sem protelá-las em prol de algum besteirol americano que não me apetece.

Estou me acostumando a ser só. A sensação é como aquela que sentimos quando colocamos os pés em uma água estupidamente gelada, mas que com o tempo torna-se inacreditavelmente agradável. Estou achando minha companhia surpreendentemente boa. Tão boa que preciso te pedir que não permita que eu me feche em mim e perca assim a chance de me apaixonar e amar verdadeiramente no futuro.

Estou ensaiando alguns passos para uma dança inédita. Estou dando pulinhos desajeitados buscando me encontrar. E eu desejo que você esteja perto o suficiente para quando me vir embalada por essa inusitada dança me puxar pela mão e me aninhar em seu peito em uma dança de dois.

E que você não precise de palavras para me convencer de sua verdade. Que o teu abraço acalente meu coração acalmando-o com seu toque sereno. Que o seu olhar revele o melhor de você em mim e que o melhor de mim floresça em você. Que possamos dividir animados a mesma tragada de ar e que juntos tenhamos fôlego para mergulhar em nós, bem fundo, tocando as profundezas ainda intocadas do nosso eu.

Que nós possamos reconstruir as ruínas da confiança que nos habita, que nós possamos nos desvendar como enigmas, que nós possamos nos aventurar pela imensidão de possibilidades lindas que moram dentro do verdadeiro amor."

terça-feira, 29 de maio de 2018

(...)

"Eu poderia começar este texto citando nomes e sobrenomes, mas não vou. Não quero me lembrar de cada pessoa que saiu da minha vida alegando estar me fazendo um favor, ou das dezenas outras que me deixaram para trás por pura sacanagem. 

Eu sofri muito até chegar ao ponto de começar a escrever este parágrafo; e isso significou perder muitas partes de quem eu era, isso quer dizer que me despedacei demais até chegar aqui.

Não quero que pareça que eu nunca errei com ninguém, de forma alguma. Eu já fui sacana também, já pisei na bola, e já errei com algumas pessoas que não mereciam. Mas olha, se eu te contasse o número de vezes que já erraram comigo, você acharia quase invisíveis as atitudes que tive no passado. 

Muitas pessoas me prometeram um futuro, muitas pessoas mentiram olhando nos meus olhos, muitas pessoas fizeram planos comigo para o próximo semestre, sabendo que não estariam mais ao meu lado na semana seguinte. 

E eu sempre acreditei em todas elas. 

Mesmo quando o amor tentava escapar pela mínima fresta de realidade, lá estava eu para acreditar que seria possível construir algo a partir dali. E então quando essas pessoas iam embora, eu me despedaçava ao ponto de achar que nunca mais conseguiria seguir em frente outra vez.

Por isso, hoje eu escrevo este texto em tom de agradecimento. 

Sinto que devo me desculpar por achar que jamais conseguiria ser inteiro novamente. 

E isso me deixa na obrigação de agradecer a todos que ficaram para trás. 

Pois agora, distante, eu percebo que ali jamais seria o meu lugar."

sexta-feira, 27 de abril de 2018

"Esgotamento Psicológico: Nem Sempre É Fraqueza, Às Vezes É Por Ter Sido “Forte” Demais."



“Às vezes desabamos mentalmente, não porque somos pessoas fracas, mas por sermos muito fortes. Sofremos demais, estamos por muito tempo, assumindo muitas responsabilidades. Vencendo uma guerra após outra e só o fato de sermos pessoas fortes, parece que nos impõe a obrigação de jamais termos o direito de sermos fraquejar um instante qualquer.

Mas é muito compreensivo e normal, às vezes, sofrermos uma profunda exaustão psicológica.
O cansaço psicológico geralmente é um processo lento, ele se acumula gota a gota sem perceber. A gota d’água que transborda o copo pode ser qualquer coisa que nos coloca cara a cara com a impossibilidade de resolver determinados assuntos que vão se acumulando. Então nós caímos, física e mentalmente.

O que é o esgotamento psicológico e quais são suas causas?

O esgotamento psicológico é um estado de extrema exaustão mental e emocional, que muitas vezes é acompanhado por um sentimento de falta de força física. Esse estado de desgaste extremo é causado por um excesso de recursos emocionais e / ou cognitivos. Em outras palavras: nós não damos mais de nós. Muitas vezes, é experimentado como uma espécie de inércia física e mental, um sentimento de “peso” que envolve o dia a dia, como se estivéssemos ligados no piloto automático.
As causas do esgotamento psicológico são variadas, embora em muitos casos haja uma constante: dar muito e receber pouco, por exemplo. A exaustão psicológica aparece como resultado de uma entrega constante e até mesmo excessiva, seja no trabalho, para outros, para um projeto que nos excita, mas também nos consome; aos problemas cotidianos, às tarefas do dia a dia.

Ao mesmo tempo, não recebemos praticamente nada em troca que possa equilibrar o saldo. Não podemos descansar e relaxar o suficiente, não passamos tempo de qualidade sozinhos com nós mesmos e não recebemos atenção, carinho e compreensão suficientes das pessoas que nos rodeiam. Na prática, é como se extraíssemos toda a energia do nosso emocional, mas não nos preocupamos em repô-las.

Em outros casos, a fadiga mental é causada por muitas mudanças em um tempo muito curto, embora estes sejam positivos. No entanto, quando acontece tão rapidamente, não podemos gerenciá-los e nos sentimos sobrecarregados. Nesses casos, embora aparentemente tenhamos tudo o que queremos, em nossa mente temos um tipo de sensor que nos diz que algo está falhando.

Fadiga mental: Sintomas premonitórios de exaustão:

1. Perda de energia. O sentimento de exaustão psicológica geralmente se reflete primeiro fisicamente, então é normal que você se sinta sem energia. Só o ato de abrir os olhos pela manhã, faz você achar que não poderá enfrentar o dia.
2. Irritabilidade. Um dos sintomas mais evidentes de exaustão psicológica é nervosismo, irritabilidade e hipersensibilidade porque você perde o autocontrole com mais facilidade do que o normal. Ao mesmo tempo, você começa a interpretar os estímulos como se fossem ameaças, o que leva você a reagir, colocando-se na defensiva.
3. Insônia. Muitas vezes, por trás do esgotamento psicológico, estão ocultos problemas não resolvidos, que se aproximam em sua mente, de modo que não permitem que você durma bem e você se vê acordado por várias horas durante à noite.
4. Anhedonia. Incapacidade de desfrutar de pequenos prazeres da vida. As coisas que você já desfrutou já não o encorajam mais. É como se o mundo subitamente tivesse perdido suas cores. Em alguns casos, você pode sentir como se você flutuasse em uma espécie de limbo que o distancia da realidade.
5. Perda de motivação. Quando você está extremamente exausto, você simplesmente não encontra a motivação para se envolver em novos projetos ou fazer as coisas com as quais você se apaixonava antes. Qualquer tarefa parece titânica e você desenvolve uma profunda apatia em relação ao mundo. E a todo momento aparecem sentimentos de desencanto, decepção e desespero.
6. Falhas na memória. A atenção é um dos primeiros processos psicológicos que são afetados quando você está exausto, o que também leva a lapsos frequentes. É provável que você esqueça as mensagens, que você não lembre de onde você deixou as chaves ou mesmo que tenha dificuldade em lembrar o que você comeu no dia anterior. Isso ocorre porque sua mente está muito saturada para continuar processando e armazenando informações no nível consciente.
7. Pensamento lento. O esgotamento psicológico também afeta processos cognitivos, então você pode perceber que você pensa mais devagar ou que tem dificuldade em pensar. O que você costumava fazer rapidamente, custa-lhe muito mais e às vezes você até achou difícil dar um sentido lógico às ideias em sua mente ou acompanhar um longo discurso.

Quem é mais vulnerável ao esgotamento psicológico?

Todos podemos nos esgotar psicologicamente, especialmente quando passamos por situações particularmente estressantes na vida, mas existem algumas características de personalidade que podem nos tornar mais vulneráveis ​​a essa exaustão mental.

– Perfeccionismo. Os perfeccionistas, que exigem muito de si mesmos, acabam adicionando um peso extra nos ombros que, a longo prazo, representa mais estresse.
– Dificuldade para delegar. As pessoas que querem assumir todas as tarefas, porque acreditam que os outros não sabem como fazê-las ou não estão à altura, são mais propensas a sofrer o esgotamento psicológico devido a um excesso de responsabilidades.
– Sensibilidade extrema. As pessoas que são muito empáticas e hipersensíveis são mais propensas a sofrer um estado de exaustão emocional porque muitas vezes assumem os problemas dos outros como seus próprios, sem poder estabelecer uma distância psicológica de proteção.
– Incapacidade de relaxar. Algumas pessoas, devido às características do sistema nervoso, acham mais difícil relaxar e se desconectar do que outros. É como se o seu cérebro tivesse funcionado a mil revoluções por minuto constantemente. No entanto, no longo prazo, isso acaba fazendo exame de seu pedágio.

Remédios para a fadiga mental: as 5 regras a seguir:

Todos devem encontrar seu próprio remédio para a fadiga mental, o que significa que você deve detectar o que está consumindo sua energia e enfrentar esse problema, talvez numa perspectiva diferente. Lembre-se de que, às vezes, uma mudança de perspectiva é suficiente para mudar tudo, sem que nada mude.
No entanto, aqui estão 5 regras gerais que você deve seguir para lidar com o esgotamento psicológico:
1. Descanse. Para ser eficaz e produtivo, você precisa descansar. Na vida, é essencial encontrar um equilíbrio entre trabalho e obrigações e tempo livre e descanso. Certifique-se de encontrar o tempo para relaxar, de modo que se torne um hábito diário – dos 15 minutos após às refeições – e assim, você pode evitar o esgotamento físico e psicológico.
2. Priorizar. O dia tem 24 horas, embora você queira não pode estendê-lo. Portanto, você deve aprender a priorizar as coisas que parecem ser urgentes, mas também aquelas com as quais você é mais apaixonado. Porque se você preencher o seu dia com tarefas que geram estresse, isso causará fadiga mental profunda, então você deve se permitir um equilíbrio dentre suas prioridades.
3. Demanda menos. Seja um pouco mais realista, você não é um super-homem ou uma super-mulher. Às vezes, nada acontece se cometer erros, se as coisas não forem perfeitas ou se as adiar. Não adiciona pressão desnecessária à sua vida, você não é uma panela.
4. Seja compassivo consigo mesmo. Trata de se relacionar com você, assumindo uma atitude mais positiva e compassiva. Consiste em modular o discurso que você mantém com você, dando-lhe confiança e tranquilidade, em vez de recriminar e criticar a si mesmo com dureza. Um discurso que acrescenta mais estresse e desconforto se tornará o combustível que alimenta o esgotamento psicológico.
5. Reencontre-se. O esgotamento psicológico geralmente cria em torno de nós uma camada composta de preocupações, pressões, deveres, angústia e auto-demandas que, a longo prazo, nos faz esquecer de nós mesmos. Portanto, é importante que você encontre um espaço para estar sozinho com você, alguns momentos do dia em que você simplesmente respire com facilidade e conecte-se com suas necessidades, sonhos e desejos.”

Despertar.

"Eu não fazia ideia de quem eu era até precisar de mim mesma." Eu sempre quis tanto agradar todo mundo, que, na minha cabeça, a id...